Odontologia ajuda atletas com dificuldades respiratórias



Assimetrias e deformidades faciais podem prejudicar a respiração. Acompanhamento odontológico ajuda a resolver o problema e melhorar o rendimento de atletas no esporte
A paixão pelo esporte sempre moveu Felipe Mattos, de 38 anos. Adepto desde jovem da corrida e da natação, não foi por acaso que escolheu a educação física como profissão. Mas, durante todos esses anos, um problema sempre o acompanhou: a dificuldade na respiração. Fosse num simples treino na academia ou na disputa de uma maratona ou competição, toda vez que iniciava uma atividade, a falta de ar e o cansaço constante estavam lá.
O fato de trabalhar em uma área que demandava seu total esforço físico agravava ainda mais a situação de Felipe. "Minha respiração era descompassada, por isso, ficava facilmente cansado, prejudicando bastante o meu rendimento físico e, consequentemente, meu desempenho profissional. Também sentia muitas dores na mandíbula. Quando nadava, por exemplo, era extremamente desconfortável, porque a cada respiração parecia que ela iria sair do lugar", conta.
"Percebi que o Felipe sofria com uma assimetria facial tardia no maxilar, que estava deformando o seu rosto. Quando ele me contou sobre as dificuldades respiratórias, desconfiei de que também estivesse com uma hipertrofia dos cornetos nasais. A associação desses dois problemas não só prejudicava muito sua respiração, como também a mastigação. Por isso as dores na mandíbula" esclarece a especialista bucomaxilofacial Dra. Katyuscia Lurentt.
Como tratamento, a especialista indicou a cirurgia ortognática, um procedimento que tem como objetivo corrigir desequilíbrios e assimetrias faciais. Além dos benefícios estéticos, a operação proporciona aos pacientes consideráveis ganhos na qualidade de vida, explica a especialista: "Pessoas com alterações na face costumam ter dificuldades respiratórias, apneia, dores na musculatura do rosto, dores na ATM e até enxaquecas. A ortognática é uma opção eficaz nesse sentido, pois promove melhorias funcionais na respiração, na mastigação e até no sono. E para o bom desempenho físico de um atleta, a junção de todos esses fatores é fundamental".
Foi o que aconteceu com Felipe. Após a correção da sua assimetria facial pelo procedimento, a falta de ar e o cansaço constante já não estavam mais lá. "No meu primeiro dia de pós-operatório, mesmo inchado, já senti a diferença. Nunca tinha respirado tão bem na minha vida! A parti daí as coisas só melhoraram. Não sinto mais dificuldades durante as atividades físicas e meu desempenho no esporte melhorou significativamente. Hoje também pratico corridas de aventura", conta o professor.

Cirurgia ortognática
De acordo com um levantamento do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, cerca de 10 milhões de brasileiros precisariam se submeter à cirurgia ortognática para correção de problemas na maxila ou na mandíbula.
No procedimento, alia-se o uso de aparelhos ortodôntico a intervenções cirúrgicas nos ossos da face. A primeira fase do tratamento, quando é usado o aparelho dentário, pode durar de 6 a 18 meses. Em seguida, o paciente é submetido à operação, que requer internação de dois dias e é feita com anestesia geral.
A recuperação vai depender da gravidade do caso, mas envolve repouso de 15 a 30 dias, com restrições à mastigação e à atividade física.

Andréa Guardabassi para Destak Saúde/Saúde Repórter

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