Dores crônicas atingem mais de 80 milhões de brasileiros
Estima-se que as dores crônicas afetem de
33% a 37% da população brasileira e mundialmente.
À
medida que a população vive mais, maior é a quantidade de pessoas acometidas
pelas dores crônicas, que por definição são as algias que persistem por um
período prolongado, superior a três meses.
Se
por um lado, a ciência e a inovação de tecnologias nos diagnósticos e
tratamentos de doenças promovem a longevidade, por outro, elas também são
responsáveis por dores que até então não existiam. "Estamos vivendo mais e
consequentemente, envelhecendo. Uma série de patologias que num passado recente
eram fatais, como por exemplo a Aids e alguns tipos de cânceres, hoje em dia
possuem tratamentos longos, que podem desenvolver doenças dolorosas. Nós
criamos uma legião de sobreviventes com dores crônicas", explica o Diretor
Científico da SBED - Sociedade Brasileira do estudo da Dor, Dr. Paulo Renato
Fonseca.
As
dores crônicas mais prevalentes entre os brasileiros são as de cabeça e as
lombalgias (dores nas costas). Estima-se que em média, elas afetem de 33% a 37%
da população, tanto no Brasil, quanto mundialmente.
Enquanto
as dores de cabeça possuem mais de 150 tipos diferentes, 85% das lombalgias são
completamente inespecíficas, sem uma causa particular. "Elas são
lombalgias benignas, que passam com pequenos tratamentos, incluindo medicação,
RPG, pilates e repouso", ressalta Dr. Fonseca.
O
alerta fica para a importância de identificar as causas e tratar corretamente
as dores persistentes, que podem impactar negativamente na qualidade de vida de
seus portadores, gerando procrastinação, irritabilidade, baixa produtividade,
problemas de autoestima, distúrbios do sono e depressão.
O uso
constante de analgésicos, sem orientação médica, também pode postergar um
diagnóstico, mascarando as causas de um problema mais sério. "O paciente
crônico precisa de uma abordagem biopsicossocial e um acompanhamento
multiprofissional, ou seja, com mais de um tipo de médico e agentes da saúde
capazes de tratar além da dor física, mas também os impactos da doença nas
esferas psicológicas e sociais", conclui o Diretor Científico da SBED.
Andréa Guardabassi para Destak Saúde/Saúde Repórter



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