Os riscos do diabetes na gestação




No pré-natal, é necessário que se faça o controle glicêmico, o rastreamento das complicações causadas pelo diabetes, o tratamento dessas complicações, avaliações periódicas do perfil glicêmico e, ainda, avaliação fetal, com ultrassom e ecocardiograma na primeira consulta. É preciso que se investigue também se a paciente já tinha a doença antes da gestação, logo no início do pré-natal.


Os médicos devem ter conhecimento das diferenças nos cuidados de pacientes com diabetes mellitus gestacional, diabetes tipo de 2 e over diabetes. No caso do diabetes mellitus gestacional, há o aumento dos hormônios contrarreguladores de insulina, menor sensibilidade periférica à insulina, hiperinsulinismo e hiperglicemia de graus variáveis. Há baixa reserva pancreática e a oferta de glicose é maior que a capacidade de insulina em manter níveis glicêmicos adequados. 

Nos três casos, tratamento e acompanhamento multidisciplinar são de extrema importância, com orientação nutricional e suporte de um educador físico que esteja habituado a trabalhar com gestantes.

A avaliação fetal nesse período é de extrema importância, pois há risco de hipóxia, com aumento do metabolismo fetal, aumento de insulina e hiperglicemia. Devem-se prevenir os riscos adversos, pois, no caso de hipóxia, pode haver um aumento dos depósitos de glicogênio placentário, a restrição do espaço interviloso, a hiperplasia das células da placenta e, ainda, o aumento de lesões vasculares.

Há o espessamento da membrana capilar fetal e dificuldades nas trocas materno-fetais. As trocas placentárias acabam prejudicadas, o que também colabora para a menor oxigenação fetal. Observa-se, então, a hipertrofia cardíaca do bebê, distúrbios metabólicos, maior viscosidade sanguínea e diminuição do padrão de movimentação fetal. A cardiotocografia anteparto indicará se se trata um feto saudável ou não.

De acordo com estudos da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), uma em cada seis crianças que nascem com índices glicêmicos alterados foram geradas por uma mãe diabética. Ainda segundo a federação, o Brasil é prioritário em relação a diagnósticos do diabetes gestacional.

Em relação à paciente, outra condição importante que foi observada e que, segundo os especialistas, e que deve ser melhor tratada pelos ginecologistas, foi o aumento da incontinência urinária após o diabetes gestacional.




Fonte: XXI Congresso Paulista de Ginecologia e Obstetrícia - Os palestrantes alertaram  sobre a importância de um acompanhamento ainda mais criterioso da gestante diabética e do feto, com exames complementares, dietas e exercícios físicos recomendados. Participaram da apresentação: Dra. Rosiane Matar (responsável pela coordenação da mesa) e os palestrantes Dr. Belmiro Gonçalves Pereira, Dra Iracema de Mattos Paranhos, Dra. Cristiane de Freitas Pagnoti, Dra. Elaine Cristina de Freitas, Dra. Elaine Christine Dantas Moisés e Dra. Marilza Vieira Cunha

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