Relatório da Sociedade Vegetariana Brasileira mostra os impactos ambientais da criação e consumo de animais

No dia 10 de novembro, comemora-se o dia do Veganismo e, pouca gente sabe, mas questões políticas e ambientais estão envolvidas nesta escolha.

Cerca de 30% do planeta Terra é atualmente, utilizado como pastagem. A cada minuto, são perdidos em média 200 mil metros quadrados de floresta no mundo. Cerca de 70 bilhões de animais são abatidos por ano na Terra.

No Brasil, este número é de 5,5 bilhões, de acordo com o IBGE. Estes dados fazem parte do relatório “Comendo o Planeta: Impactos Ambientais da Criação e consumo de Animais”, da Sociedade Vegetariana Brasileira, apresentado durante o V Congresso Vegetariano, em Recife, no mês de setembro.

Mais do que a alimentação, estas estatísticas dentre muitas outras que envolvem questões éticas e morais são responsáveis pela adesão de muitas pessoas ao veganismo. A criação de animais para consumo humano afeta diretamente o meio ambiente, causando inúmeros danos, como a destruição de florestas, desertificação, perda da biodiversidade, escassez de água doce, poluição da água e do ar e erosão do solo.

Cerca de 70% das áreas desmatadas da Amazônia são usadas como pasto e parte do restante ocupado para a produção de ração. Outro exemplo é a ineficiência no uso da água. O setor agropecuário é responsável por mais de 90% do consumo global da água e pelo menos um terço vai para a irrigação de cultivos para a produção de ração.

Por estas e muitas outras questões políticas, econômicas e ambientais, várias pessoas aderem ao veganismo, um estilo de vida que vai muito além da alimentação sem nenhum componente animal, englobando também a exclusão de vestuários contendo couro, lã e seda, produtos de higiene e beleza que tenham sido testados em animais ou que contém algum ingrediente de origem animal, bem como qualquer derivação de algum tipo de exploração animal.

“A consciência e responsabilidade social e ambiental no mundo em que vivemos é mais gritante do que a causa alimentar, para muitos adeptos”, explica a nutricionista Ana Ceregatti especializada em alimentação vegetariana e vegana.

Estas informações são de extrema importância e muitas vezes não são de conhecimento da grande maioria dos consumidores, que desconhecem o impacto de alguns hábitos alimentares que podem causar danos ao meio ambiente.

Segundo a especialista em alimentação vegetariana e vegana, é possível uma alimentação sem a ingestão de proteína animal sem danificar a saúde. “É totalmente possível se alimentar sem ingerir carnes, ovos e laticínios, uma vez que todos os nutrientes essenciais ao organismo são facilmente encontrados em alimentos do reino vegetal, como nos feijões, cereais integrais, castanhas, frutas, legumes e verduras. Nessa transição, a orientação de um profissional especializado é de grande valia para planejar a nova dieta e detectar possíveis carências instaladas previamente a exclusão dos alimentos de origem animal”, enfatiza Ana.

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